quinta-feira, 26 de maio de 2011

Deus capacita os escolhidos?

A frase é bonita e causa impacto: "Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos". Já a ouvi inúmeras vezes e em todas eu me perguntei: faz sentido? Acredito que não. É óbvio que para um agnóstico teísta (meu caso) o resultado de qualquer conclusão será irrelevante. Quero me postar, agora, como um membro fiel de uma entidade difusora de cultura religiosa. Nessa postura é que afirmo: a frase em testilha não faz sentido. Fica a impressão que a escolha divina é dirigida exclusivamente aos incapacitados. Quer dizer então que existem pessoas capacitadas e que por essa razão jamais serão escolhidas? O que é capacitação? Para pregar, para dar bom exemplo, para ser eticamente correto? A frase foi feita para causar impacto, nada mais que isso. Ela é inteiramente despida de coerência.

Uma análise sincera da frase acima leva uma pessoa justa pensar mais ou menos da seguinte maneira: a frase correta deveria ser: "Deus escolhe capacitados e incapacitados, aperfeiçoa os capacitados, capacita e aperfeiçoa os incapacitados"...

Esquecendo que o ora digitador é agnóstico, não faz mais sentido a frase "adaptada"?

Enéias Teles Borges

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Pesquisa comprova que fé em Deus é inerente ao ser humano

Uma pesquisa conduzida por dois acadêmicos da Universidade de Oxford, Inglaterra, intitulada “Projeto de Cognição, Religião e Teologia” teve o custo recorde de 1,9 milhão de libras esterlinas. Sua conclusão final é que o pensamento humano está “enraizado” em conceitos religiosos. 

O projeto envolveu ao todo 57 eruditos, oriundos de 20 países, que lecionam disciplinas como Antropologia, Psicologia e Filosofia. A investigação se propunha a descobrir se a crença em divindades e na vida depois da morte são conceitos aprendidos ao longo da vida ou são inerentes ao ser humano.

Segundo o professor Roger Trigg, um dos diretores do projeto, nossa tendência natural é “ver um propósito neste mundo… nós procuramos um sentido. Pensamos que existe algo mais, mesmo que não consigamos vê-lo… Tudo isso tende a gerar em nós uma forma religiosa de pensar”. Para ele, a pesquisa mostrou que religião “não é apenas algo que algumas poucas pessoas fazem no domingo em vez de ir jogar golfe… Reunimos várias evidências que sugerem que a religião é um aspecto comum da natureza humana, presente em diferentes sociedades. Isto sugere que as tentativas de suprimir a religião tendem a ter vida curta, uma vez que o pensamento humano parece estar enraizado em conceitos religiosos, como a existência de deuses ou agentes sobrenaturais, a possibilidade de vida após a morte, e de algo anterior a essa”.

O doutor Trigg destaca ainda que, curiosamente, as pessoas que vivem nas cidades de países mais desenvolvidos, são menos propensas a serem religiosas do que as que vivem no campo ou em áreas economicamente menos desenvolvidas.

Realizado em Oxford, um dos estudos conduzidos pela equipe concluiu que crianças com menos de cinco anos de idade são mais propensas a crer em situações “sobrenaturais”, do que a entender as limitações dos seres humanos. Nesse experimento, perguntava-se às crianças se as mães delas sabiam que objeto estava guardado em uma caixa fechada. Crianças de três anos de idade acreditavam que suas mães e Deus sempre sabiam qual era o conteúdo, mas a partir dos quatro as crianças começavam a entender que suas mães não eram oniscientes.

Outro estudo feito na China mostrou que pessoas de diferentes culturas creem instintivamente que alguma parte de sua mente, alma ou espírito sobrevive de alguma forma após a morte.
O diretor do projeto, Dr. Justin Barret, do Centro de Antropologia e Mente da Universidade de Oxford, afirma que a fé é um fenômeno que subsiste nas diversas culturas do mundo porque as pessoas que compartilham os laços da religião “são mais propensas a cooperar com a sociedade”.

Ele faz questão de enfatizar que “o projeto não se dispôs a provar que Deus ou deuses existem”. O doutor Trigg entende ainda que “tanto ateus quanto as pessoas religiosas podem utilizar o estudo para defender seu ponto de vista”. “Richard Dawkins aceitaria nossas conclusões e diria que temos de evoluir para sair disso. Mas as pessoas de fé podem argumentar que a universalidade do sentimento religioso serve ao propósito de Deus. Se existe um Deus, então ele teria nos dado inclinações para procurá-lo”, conclui.

Os eruditos de Oxford acreditam fortemente que a religião não vai se enfraquecer,  como muitos especulam.


Nota: É claro que a cultura religiosa, religiosidade e similares não se enfraquecerão. Alguma dúvida? O que se questiona de fato é: como ficarão esses conglomerados que pensam que somente eles possuem a verdade? O ser humano sempre acreditará em algo sobrenatural. É a fé em qualquer tipo de deus...

Enéias Teles Borges

terça-feira, 3 de maio de 2011

Sobre a Inquisição...

Conhecido também como Santo Ofício, a Inquisição era um instituição dos tribunais da Igreja Católica que julgavam e puniam pessoas acusadas de se desviar do caminho de Deus. 

Tiveram 2 versões, a da Idade Média nos séculos XIII e XIV, e a Inquisição Moderna em Portugal e na Espanha que durou do século XV até o século XIX! Começou em 1231 quando o Papa Gregório IX criou um orgão para investigar suspeitos de heresia, pois ele estava preocupado com o crescimento das seitas religiosas. Qualquer pessoa que professasse práticas diferentes das reconhecidas como "cristãs" era considerada herege. Atuando na Itália, França, Alemanha e Portugal, a Inquisição Medieval tinha penas mais leves, sendo a mais comum a excomunhão.( Tortura passou a ser autorizada pelo Papa a partir de 1252 para arrancar confissões).

A segunda "era" da Inquisição veio com toda força começando na Espanha em 1478. Os alvos eram principalmente Judeus e Cristãos-novos(Recem convertidos acusados de continuarem praticando o Judaísmo). Com apoio dos reis o Santo Ofício ganhou força e passou a considerar heresia qualquer ofensa "a fé e aos costumes católicos". Quem usasse toalhas limpas no começo do sábado ou não comesse carne de porco era acusado de Judaísmo. Depois a lista de perseguidos foi ampliada para incluir protestantes, iluministas, homossexuais e bígamos.

As punições passaram a ser mais pesadas como a famosa "Morte na Fogueira", tinha também prisão perpétua e confisco de bens. A crueldade dos inquisidores cresceu tanto que o próprio Papa pediu aos espanhóis que diminuíssem o banho de sangue.

Como acontecia a Inquisição

O Julgamento: 

Os monges do Santo Ofício chegavam a aldeia e reunia toda população na igreja. No período de Graça(que durava 1 mês) convidavam os pecadores a admitirem seus pecados. Quem se confessava não recebia penas severas. Quem não aproveitasse essa chance podia ser denunciado. O pânico nessa época era grande porque a inquisição incentivava e premiava a delação. Quando alguém era acusado ele era interrogado e dificilmente conseguia se salvar. Não tinha direito a um advogado, e muitas vezes era colocado atrás dele um espião que faziam torturas para conseguir as confissões.

As Torturas: 

Variavam de acordo com a heresia. As mais leves deixavam os acusados acorrentados sem comer nem dormir por vários dias. Mas existiam outros bem piores como "O Potro e a "Extensão", normalmente o carrasco fazia uma demosntração de como funcionava essas técnicas para ver se o acusado se confessava antes de receber a tortura na prática.

O Potro:

O acusado era preso com um anel de ferro no pescoço e nos braços em uma cama, e 8 cordas eram passadas pelo seu corpo. Ao sinal do inquisitor o carrasco puxava as cordas que chegavam a entrar na carne do acusado fazendo jorrar sangue, até que ele confessasse ou perdesse a consciência. 

A Extensão:

Cordas puxadas por um torniquete faziam os punhos se aproximarem um do outro por trás. As mãos do condenado se tocavam, isso fazia os ombros se deslocarem. Essas torturas foram descritas pelo Jean Coustos, Mestre de uma loja maçônica que acabou confessando seus "pecados" e foi condenado a trabalhos forçados. 

As Sentenças: 

A sentença era divulgada em público normalmente com o rei presente. As penas iam da excomunhão até a morte na fogueira. Se o condenado se confessasse até o pé da fogueira, e se sua conversão a fé católica fosse considerava verdadeira ele podia trocar a morte pela prisão perpétua. Caso contrário era queimado vivo na fogueira. Se eles descobrissem defuntos que haviam sido hereges, o cadáver era desenterrado e queimado também.
 
Frei dominicano Tomás de Torquemada (Hitler da Inquisição)

Nos registros históricos ele foi o inquisitor geral da Espanha. Autorizou a tortura para obter confissões, ampliou a lista de heresias e pressionou o rei a trocar tolerância religiosa pela perseguição aos Judeus e aos hereges. Responsável por mais de 170 mil judeus expulsos da Espanha e 2 mil mortes na fogueira. 

Gatos Pretos

Você tem MEDO de Gato Preto ? Ele também é vítima da Inquisição.

Na idade Média como os gatos tinham hábitos noturnos, por isso passaram a acreditar que ele tinha pacto com o demônio. Se fosse preto então ele era das trevas. O Papa Inocêncio VIII incluiu o Gato Preto na lista de perseguidos pela Inquisição. Em 1560 um gato preto ferido a pedradas conseguiu se esconder na casa de uma velhinha que dava abrigo aos gatos. No dia seguinte a velhinha apareceu com machucados, assim o povo concluiu que ela era uma Bruxa e se transformava em gato a noite... Não preciso contar o que aconteceu com ela não é? O gato também era incluído no paganismo, já que era reverenciado como divindade principalmente entre povos antigos como os Egípcios.

É dai que vem as lendas e o MEDO do Gato Preto...

A caça aos gatos só terminou em 1630 quando o rei Luís XIII proibiu a perseguição aos bichos.

Fonte: (MEDO B)

Editor do Blogue: Enéias Teles Borges