quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A apostasia e a verdade

A apostasia

Mudar de opinião é apostasia. Mudança de religião é apostasia. Entendemos apostasia como afastamento de uma maneira de pensar, de crer, da cultura religiosa na qual estivemos inseridos. O ser humano é um ser pensante e faz bem em usar a massa para decidir e para escolher ficar no lugar em que se encontra ou mudar para outro. Apostatar não faz mal. É resultante da razão humana e de sua capacidade para exercer o livre arbítrio.

A verdade

Existem muitas pessoas que confundem apostasia com afastamento da verdade. É normal, nos meios religiosos, ouvir frases como esta: "fulano apostatou da fé, afastou-se da verdade..." É um dizer preconceituoso ou oriundo de quem tem limitação em discernir. Sim, limitação em pensar e concluir que muitas vezes a apostasia de uma ideia pode ser uma aproximação da verdade - desde que aquela ideia anterior estivesse equivocada.

Apostatar não é incorrer em erro, não é fugir da verdade. A verdade e a apostasia podem estar de mãos dadas. Para isso precisamos entender a essência de seus significados.

Conclusão

Para aqueles que confundem apostasia com afastamento da verdade fica um recado importante. É bem melhor afastar-se de uma maneira de crer, de uma opinião, desde que seja de forma consciente, do que ficar no mundo hermeticamente fechado às razões da consciência e racionalidade humanas. Muitas vezes o apostatado saiu do contexto de fé, mas aproximou-se da verdade imutável.

A apostasia e a verdade precisam ser apreciadas à luz da razão e jamais entendidas à luz da fé cega e da faca amolada (FCFA).

Enéias Teles Borges
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domingo, 1 de agosto de 2010

Caminhos de Deus?

O homem pobre

Um homem pobre, muito pobre, conseguiu um empréstimo bancário para pagar despesas médicas de uma pessoa de sua família. Nem imaginava como pagaria aquele compromisso. Conseguir o dinheiro fora um milagre. Seria o primeiro e talvez o último. Não teria condições de pagá-lo e teria seu nome incluído nas listas de restrições de crédito.

Quando se dirigia para casa, com o dinheiro, ele foi assaltado por um bandido que o espreitava desde que saira do banco. Desesperou-se. Estava endividado, sem o dinheiro do empréstimo e não teria como bancar as despesas médicas.

O assaltante

Alguém viu o assalto e chamou a polícia. Os policiais perseguiram o ladrão. Para escapar do flagrante o bandido jogou o envelope com o dinheiro no mato. Foi pego pela polícia, mas conseguiu mostrar que era inocente. E o produto do crime? Foi fácil ser liberado. Bastou contratar um advogado.

O sortudo

Um outro homem, de classe média, queria trocar de carro. Possuía um carro do ano anterior. Queria trocar, por um do ano. Andando pela estrada viu um pacote numa moita. Pegou, abriu e achou dinheiro. Suficiente para trocar de carro.

Moral da história

O homem pobre buscou consolo na fé. Disse para si mesmo: "deus sabe o que faz. Quem ficou com o dinheiro precisa mais do que eu..."

O assaltante rendeu graças a deus: "deus me iluminou. Joguei o dinheiro fora. Foi o anel, ficou o dedo. Estou livre..."

O homem de sorte deu um testemunho na igreja, contou sua história, falou de seu carro novo. Resumiu: "deus quer que sejamos a cabeça, nunca a cauda..."

Como podem ver cada um tem um deus conforme a sua necessidade, não é? Há um adágio polular que diz "deus manda o frio conforme o cobertor..." Para quem quer acreditar sempre haverá uma "justa" razão...

Enéias Teles Borges

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