sábado, 25 de setembro de 2010

O medo abraçado com a esperança

O que move as pessoas que creem? A bendita esperança ou o medo da maldita desesperança? O que motiva esse povo? A esperança da prosperidade ou o medo da miséria? O que motiva os fiéis? A esperança do céu eterno ou o medo da morte eterna? O que faz os homens e mulheres de bem trilharem um caminho estreito? A esperança da atenção do Messias ou o medo da atenção do maligno?

A esperança e o medo andam de mãos dadas e é bem difícil saber qual dos dois motiva mais. Seriam os dois? Os fiéis agem com medo e com esperança?

Filosoficamente falando é razoável supor que os dois são os agentes motivadores. Não era Hobbes quem dizia que o homem vivia com medo da morte violenta e com a esperança da paz duradoura? Não é razoável presumir que os homens vivem com medo da morte eterna e a esperança da vida eterna?

Estaria o medo abraçado com a esperança?

Enéias Teles Borges - Autor
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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A César o que é de César...

"Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus."( Mateus 22:21)

Um conhecido meu, numa roda de amigos, dizia que não entendia porque algumas pessoas que não devolviam o dízimo. Perguntei-lhe: "Você o faz"? Ele respondeu: "Sim, devolvo, em média, mil e quinhentos reais por mês". Eu comentei: "Vale dizer que você tem resultados líquidos médios mensais de quinze mil reais, certo?" Ele respondeu: "Sim". Fiz outra pergunta: "Quanto você recolhe de imposto de renda, em média, por mês?" Resposta: "Nada. Meu contador tem um jeitinho e não pago".

Concluí, dizendo para ele e para todos os presentes: "Sabe porque muitas pessoas não devolvem o dízimo? Pelo mesmo motivo pelo qual você não recolhe imposto. À luz da interpretação bíblica a fidelidade compreende Deus e César". Emendei: "No seu caso, pelas alíquotas no Brasil, o valor do imposto de renda deveria ser maior que o valor do dízimo..."

Sei que estou chovendo no molhado. Sou advogado, teólogo e contador. Sei bem como a fidelidade é respeitada pela metade. Sei também como os que se dizem dizimistas apontam o dedo para os demais e quase sempre o dedo está sujo. Nunca ouvi um pregador, leigo ou pastor, pregar sobre a fidelidade e ensinar que é igualmente obrigatório o pagamento do imposto. Nunca ouvi dizer que as coisas feitas pela metade não agradam a deus. Nada contra o dízimo e sim a favor do imposto.

Não adianta dizer que não há reciprocidade do Governo. Quem disse que a obrigação de recolher imposto está vinculada a isso? Jesus, por acaso, questionou a tirania e corrupção de Roma? O dízimo deve ser devolvido simplesmente porque foi determinado, assim como ocorre com o imposto. Alguém quer questionar o sentido do verso bíblico, nos ensinamentos de Jesus?

Quem poderia explicar isso (procedimento cumprido pela metade), a não ser os membros da FCFA (Fé Cega e Faca Amolada)?


Enéias Teles Borges
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