terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Mais sobre o fim do mundo em 2012...

À medida que internet se expande, mais informações passam a ser acessadas transformando o simples ato de navegar na rede na mais fantástica forma de disseminação do conhecimento jamais ocorrida na história da humanidade.

Texto completo em Apolo11.

Enéias Teles Borges

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O ateísmo nos moldes da fé...

O ateísmo quando vivido nos moldes similares à religião, transforma-se em religião e promove as mesmas mazelas. O comunismo na União Soviética foi uma ilusão "não doce", porque obrigava os humanos a um regime de ferro, sem a esperança de uma vida pós esta vida efêmera. Um porém: como criacionistas nós precisamos admitir um fato, até pelo exercício da humildade: os criacionistas, em nome de qualquer tipo de fé, subjugaram muitos mais à morte. O regime stalinista (ateu), por exemplo, matou menos que o nazismo (criacionista). Isto é fato.
Enéias Teles Borges

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A dura vida dos ateus

O diálogo aconteceu entre uma jornalista e um taxista na última sexta-feira. Ela entrou no táxi do ponto do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, por volta das 19h30. Como estava escuro demais para ler o jornal, como ela sempre faz, puxou conversa com o motorista de táxi, como ela nunca faz. Falaram do trânsito (inevitável em São Paulo) que, naquela sexta-feira chuvosa e às vésperas de um feriadão, contra todos os prognósticos, estava bom. Depois, outro taxista emparelhou o carro na Pedroso de Moraes para pedir um “Bom Ar” emprestado ao colega, porque tinha carregado um passageiro “com cheiro de jaula”.

Continuaram, e ela comentou que trabalharia no feriado. Ele perguntou o que ela fazia. “Sou jornalista”, ela disse. E ele: “Eu quero muito melhorar o meu português. Estudei, mas escrevo tudo errado”. Ele era jovem, menos de 30 anos. “O melhor jeito de melhorar o português é lendo”, ela sugeriu. “Eu estou lendo mais agora, já li quatro livros neste ano. Para quem não lia nada...”, ele contou. “O importante é ler o que você gosta”, ela estimulou. “O que eu quero agora é ler a Bíblia”. Foi neste ponto que o diálogo conquistou o direito a seguir com travessões.

 - Você é evangélico? – ela perguntou.
 - Sou! – ele respondeu, animado.
 - De que igreja?
 - Tenho ido na Novidade de Vida. Mas já fui na Bola de Neve.
- Da Novidade de Vida eu nunca tinha ouvido falar, mas já li matérias sobre a Bola de Neve. É bacana a Novidade de Vida?
- Tou gostando muito. A Bola de Neve também é bem legal. De vez em quando eu vou lá.
- Legal.
- De que religião você é?
- Eu não tenho religião. Sou ateia.
- Deus me livre! Vai lá na Bola de Neve.
- Não, eu não sou religiosa. Sou ateia.
- Deus me livre!
- Engraçado isso. Eu respeito a sua escolha, mas você não respeita a minha.
- (riso nervoso).
- Eu sou uma pessoa decente, honesta, trato as pessoas com respeito, trabalho duro e tento fazer a minha parte para o mundo ser um lugar melhor. Por que eu seria pior por não ter uma fé?
- Por que as boas ações não salvam.
- Não?
- Só Jesus salva. Se você não aceitar Jesus, não será salva.
- Mas eu não quero ser salva.
- Deus me livre!
- Eu não acredito em salvação. Acredito em viver cada dia da melhor forma possível.
- Acho que você é espírita.
- Não, já disse a você. Sou ateia.
- É que Jesus não te pegou ainda. Mas ele vai pegar.
- Olha, sinceramente, acho difícil que Jesus vá me pegar. Mas sabe o que eu acho curioso? Que eu não queira tirar a sua fé, mas você queira tirar a minha não fé. Eu não acho que você seja pior do que eu por ser evangélico, mas você parece achar que é melhor do que eu porque é evangélico. Não era Jesus que pregava a tolerância?
- É, talvez seja melhor a gente mudar de assunto...

O taxista estava confuso. A passageira era ateia, mas parecia do bem. Era tranquila, doce e divertida. Mas ele fora doutrinado para acreditar que um ateu é uma espécie de Satanás. Como resolver esse impasse? (Talvez ele tenha lembrado, naquele momento, que o pastor avisara que o diabo assumia formas muito sedutoras para roubar a alma dos crentes. Mas, como não dá para ler pensamentos, só é possível afirmar que o taxista parecia viver um embate interno: ele não conseguia se convencer de que a mulher que agora falava sobre o cartão do banco que tinha perdido era a personificação do mal.)

Chegaram ao destino depois de mais algumas conversas corriqueiras. Ao se despedir, ela agradeceu a corrida e desejou a ele um bom fim de semana e uma boa noite. Ele retribuiu. E então, não conseguiu conter-se:

- Veja se aparece lá na igreja! – gritou, quando ela abria a porta.
- Veja se vira ateu! – ela retribuiu, bem humorada, antes de fechá-la.

Ainda deu tempo de ouvir uma risada nervosa.  

A parábola do taxista me faz pensar em como a vida dos ateus poderá ser dura num Brasil cada vez mais evangélico – ou cada vez mais neopentecostal, já que é esta a característica das igrejas evangélicas que mais crescem. O catolicismo – no mundo contemporâneo, bem sublinhado – mantém uma relação de tolerância com o ateísmo. Por várias razões. Entre elas, a de que é possível ser católico – e não praticante. O fato de você não frequentar a igreja nem pagar o dízimo não chama maior atenção no Brasil católico nem condena ninguém ao inferno. Outra razão importante é que o catolicismo está disseminado na cultura, entrelaçado a uma forma de ver o mundo que influencia inclusive os ateus. Ser ateu num país de maioria católica nunca ameaçou a convivência entre os vizinhos. Ou entre taxistas e passageiros.

Já com os evangélicos neopentecostais, caso das inúmeras igrejas que se multiplicam com nomes cada vez mais imaginativos pelas esquinas das grandes e das pequenas cidades, pelos sertões e pela floresta amazônica, o caso é diferente. E não faço aqui nenhum juízo de valor sobre a fé católica ou a dos neopentecostais. Cada um tem o direito de professar a fé que quiser – assim como a sua não fé. Meu interesse é tentar compreender como essa porção cada vez mais numerosa do país está mudando o modo de ver o mundo e o modo de se relacionar com a cultura. Está mudando a forma de ser brasileiro.

Por que os ateus são uma ameaça às novas denominações evangélicas? Porque as neopentecostais – e não falo aqui nenhuma novidade – são constituídas no modo capitalista. Regidas, portanto, pelas leis de mercado. Por isso, nessas novas igrejas, não há como ser um evangélico não praticante. É possível, como o taxista exemplifica muito bem, pular de uma para outra, como um consumidor diante de vitrines que tentam seduzi-lo a entrar na loja pelo brilho de suas ofertas. Essa dificuldade de “fidelizar um fiel”, ao gerir a igreja como um modelo de negócio, obriga as neopentecostais a uma disputa de mercado cada vez mais agressiva e também a buscar fatias ainda inexploradas. É preciso que os fiéis estejam dentro das igrejas – e elas estão sempre de portas abertas – para consumir um dos muitos produtos milagrosos ou para serem consumidos por doações em dinheiro ou em espécie. O templo é um shopping da fé, com as vantagens e as desvantagens que isso implica.

É também por essa razão que a Igreja Católica, que em períodos de sua longa história atraiu fiéis com ossos de santos e passes para o céu, vive hoje o dilema de ser ameaçada pela vulgaridade das relações capitalistas numa fé de mercado. Dilema que procura resolver de uma maneira bastante inteligente, ao manter a salvo a tradição que tem lhe garantido poder e influência há dois mil anos, mas ao mesmo tempo estimular sua versão de mercado, encarnada pelos carismáticos. Como uma espécie de vanguarda, que contém o avanço das tropas “inimigas” lá na frente sem comprometer a integridade do exército que se mantém mais atrás, padres pop star como Marcelo Rossi e movimentos como a Canção Nova têm sido estratégicos para reduzir a sangria de fiéis para as neopentecostais. Não fosse esse tipo de abordagem mais agressiva e possivelmente já existiria uma porção ainda maior de evangélicos no país.

Tudo indica que a parábola do taxista se tornará cada vez mais frequente nas ruas do Brasil – em novas e ferozes versões. Afinal, não há nada mais ameaçador para o mercado do que quem está fora do mercado por convicção. E quem está fora do mercado da fé? Os ateus. É possível convencer um católico, um espírita ou um umbandista a mudar de religião. Mas é bem mais difícil – quando não impossível – converter um ateu. Para quem não acredita na existência de Deus, qualquer produto religioso, seja ele material, como um travesseiro que cura doenças, ou subjetivo, como o conforto da vida eterna, não tem qualquer apelo. Seria como vender gelo para um esquimó.

Tenho muitos amigos ateus. E eles me contam que têm evitado se apresentar dessa maneira porque a reação é cada vez mais hostil. Por enquanto, a reação é como a do taxista: “Deus me livre!”. Mas percebem que o cerco se aperta e, a qualquer momento, temem que alguém possa empunhar um punhado de dentes de alho diante deles ou iniciar um exorcismo ali mesmo, no sinal fechado ou na padaria da esquina. Acuados, têm preferido declarar-se “agnósticos”. Com sorte, parte dos crentes pode ficar em dúvida e pensar que é alguma igreja nova.

Já conhecia a “Bola de Neve” (ou “Bola de Neve Church, para os íntimos”, como diz o seu site), mas nunca tinha ouvido falar da “Novidade de Vida”. Busquei o site da igreja na internet. Na página de abertura, me deparei com uma preleção intitulada: “O perigo da tolerância”. O texto fala sobre as famílias, afirma que Deus não é tolerante e incita os fiéis a não tolerar o que não venha de Deus. Tolerar “coisas erradas” é o mesmo que “criar demônios de estimação”. Entre as muitas frases exemplares, uma se destaca: “Hoje em dia, o mal da sociedade tem sido a Tolerância (em negrito e em maiúscula)”. Deus me livre!, um ateu talvez tenha vontade de dizer. Mas nem esse conforto lhe resta.

Ainda que o crescimento evangélico no Brasil venha sendo investigado tanto pela academia como pelo jornalismo, é pouco para a profundidade das mudanças que tem trazido à vida cotidiana do país. As transformações no modo de ser brasileiro talvez sejam maiores do que possa parecer à primeira vista. Talvez estejam alterando o “homem cordial” – não no sentido estrito conferido por Sérgio Buarque de Holanda, mas no sentido atribuído pelo senso comum.

Me arriscaria a dizer que a liberdade de credo – e, portanto, também de não credo – determinada pela Constituição está sendo solapada na prática do dia a dia. Não deixa de ser curioso que, no século XXI, ser ateu volte a ter um conteúdo revolucionário. Mas, depois que Sarah Sheeva, uma das filhas de Pepeu Gomes e Baby do Brasil, passou a pastorear mulheres virgens – ou com vontade de voltar a ser – em busca de príncipes encantados, na “Igreja Celular Internacional”, nada mais me surpreende.

Se Deus existe, que nos livre de sermos obrigados a acreditar nele.

(Eliane Brum)

Fonte: Época

Editor do blogue: Enéias Teles Borges

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Um cristão ateu

Eu tenho um primo evangélico que está sendo “treinado” para se tornar pastor da igreja dele. Um belo dia, ele veio aqui em casa e me fez uma pergunta bem estranha:
— E aí, Barros, já  encontrou Deus?
— Eu não! Era pra eu tá procurando?
Isso levou a uma conversa já bem comum pra mim: o crente fanático querendo me vender a droga que ele usa. Daí que eu aproveitei que o interlocutor era meu primo — e muito provavelmente não iria me descer a porrada depois que eu não aceitasse a droga oferecida — e testei uma nova abordagem da discussão.
Eu disse a meu primo que iria conversar com ele sobre Deus, desde que ele concordasse em imaginar que eu também estaria sendo abordado, naquele exato momento, por um crente em Lord Brähma. Ele topou. E aí estão os melhores momentos:
— Mas por que você não acredita em Deus, Barros?
— Uai! O cara tá me fazendo lá a mesma pergunta: “Por que eu não acredito no Lord Brähma?”. E tu? Por que não acredita no Lord Brähma?
— Eu creio no único Deus verdadeiro.
— Não perguntei no que você crê. Perguntei por que você não acredita no deus do meu amigo lá do outro lado do Atlântico.
— Porque Deus é único!
— Ó, o cara disse que discorda de você.
— Não faz a menor diferença que ele discorde.
— Pois é: ele disse também que não interessa que você discorde dele. E que foi Lord Brähma o criador do universo.
— Ele pode pensar o que quiser. Deus é o criador do universo e a Bíblia é a sua revelação para a humanidade.
— Mas ele falou a mesma coisa, acredita? Que você pode pensar o que quiser, e que nada vai mudar a verdade. Que, no caso dele, é outra. E que, também, a revelação do deus dele para o povo dele é bem anterior à do seu deus para os hebreus… Que esse “para a humanidade” tá forçando a barra. Qual de vocês está certo, afinal?
— Está certo aquele que está do lado da verdade.
— Qual é a verdade? Deus criou o universo? Ou Lord Brähma criou o universo?
— A verdade está na Bíblia.
— E por que a verdade não está no Mahabharata, por exemplo?
— O que é isso?
— Mas você não sabe? Então que garantia você tem de que a verdade não está nesse texto sagrado e não no seu?
— A garantia que eu tenho é a de que Deus apenas deixou a Bíblia para ser sua forma de comunicação com o homem.
— E se num livro sagrado hindu estiver escrito que outros deuses falsos serão venerados e isso levará uma grande parte da raça humana para o Inferno de Lord Brähma? Você não estaria lascado?
— Barros, não dá pra discutir com quem rejeita a Bíblia como a palavra de Deus.
— E o crente lá da Índia tá dizendo que não dá pra discutir com quem rejeita o Mahabharata e os outros textos sagrados deles como a revelação de Brähma. Não é interessante?
— Só existe um Deus.
— Você, então, não acredita em Lord Brähma…
— Claro que não.
— E por quê?
— Porque não existe outro deus além do Deus vivo!
— Você não toparia estudar alguns textos hindus, frequentar alguns templos onde se pratique o hinduísmo, conhecer a filosofia deles, enfim, você não toparia procurar por alguma revelação de Brähma pra você?
— Não.
— Por quê?
— Não vejo razão para isso.
— Então não me peça pra procurar o seu Deus também. Porque você não vê razão para procurar Brähma, o hindu não vê razão para procurar mais outro deus além dos milhares que eles já têm, e eu não vejo razão para procurar deus nenhum.

Fonte: DeusILUSÃO.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A oração de um fariseu moderno

A oração de um fariseu do século XXI é mais ou menos assim: "Graças de dou, meu Deus, porque não sou como os membros das outras igrejas. Graças te dou porque eu tenho a verdade e porque não estou no erro, como todos os demais que não partilham da mesma fé e que não frequentam a mesma agremiação da qual faço parte. Graças te dou por ter nascido na família certa, na igreja verdadeira, enquanto todos os que não adoram como faço, estão nas trevas das forças do Mal. Graças te dou porque faço parte da igreja remanescente, aquela que levará a luz para todas as demais, que estão nos braços do engano. Graças te dou..."

Enéias Teles Borges

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A exclusivista religião nazista

Em 1930, no Himalaia (Tibete), os nazistas começaram a explorar o topo do mundo em busca de evidencias de sumo sacerdotes que eles acreditavam serem seus ancestrais de sangue. A crença nesses ancestrais fundaria a nova religião da Alemanha, uma religião em que Adolf Hitler seria o sumo sacerdote. 

Havia a crença de que o sangue ariano puro estava sendo contaminado por raças inferiores, e que uma vez que essas raças inferiores fossem eliminadas surgiria novamente à raça ariana pura, que dominaria o mundo.

O fundamento dos alemães era uma crença pagã, de que em algum lugar do Atlântico Norte, num continente, habitava uma raça de super-seres que caíram em desgraça por conta do mal e da depravação, o nome desse continente era Atlântida, e antes deste povo ser destruído, sete sacerdotes escaparam de barco, chegando a Índia e ao Tibete, os místicos acreditam que esses sacerdotes sejam os verdadeiros deuses da raça ariana e também os ancestrais de todos os ancestrais indianos e europeus.

Alguns místicos acreditam que a história de Atlântida é real, e a prova é que os arianos eram o povo escolhido, descendentes dos deuses que habitavam o continente, e que os mesmos perderam seus poderes procriando com meros mortais.

A busca pela prova da superioridade ariana logo se transformou em crimes, e pessoas começaram a serem mortas, eles acreditavam que uma vez que a conseguissem provar que seus ancestrais eram deuses, seria simples recriar a raça de deuses arianos através da seleção para procriação.

Hitler proclamou que: “a humanidade sobe um degrau a cada 700 anos, e o objetivo final é a vinda dos filhos de Deus”.

Logo Hitler filiou-se a um partido, do qual em pouco tempo se tornou líder.

Num dos primeiros discursos de Hitler neste partido, estava presente Rudolf Hess, um veterano de guerra, que enxergou em Hitler, exímio orador, o homem que reconduziria a Alemanha ao lugar ocupado antes da guerra, crendo que Hitler era o “Messias” profetizado nos círculos pagãos da Alemanha.

Estes grupos pagãos eram freqüentados por pessoas ricas e influentes de Munique (capital da Alemanha) e praticavam a astrologia, contava com filósofos e reverenciavam o sol para conseguirem atingir os seus objetivos. 

Em 1920, o Partido dos Trabalhadores da Alemanha, mudou seu nome para “Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães” (NSDAP), popularmente conhecido como “Partido Nazista”, que sob a liderança de Hitler cresceu exponencialmente em curto espaço de tempo. 

Naquela época os judeus já eram hostilizados, pois, criam que os judeus impediam os arianos de ocupar o seu lugar de direito de dominadores do mundo. 

E assim Alfred Rosenberg, lançou o livro “A Religião do Sangue”, a nova doutrina nazista, pois, acreditava que a igreja deveria ser “Igreja de Sangue” ao invés da “Igreja da Fé/Igreja da Crença”, pois, o sangue unia as raças nórdicas, para Rosenberg sangue, descendência racial e identidade racial tornaram-se o principio da nova ideologia. Os mitos nórdicos substituíram a Bíblia como fundação da nova religião.

Hitler foi além da doutrina de Rosenberg e escreveu “Vamos arrancar a fachada cristã e trazer a religião peculiar a nossa raça.

E como símbolo da religião nazista, Hitler escolheu a suástica, que estava presente em diversas culturas, para os chineses a suástica era tida como símbolo da sorte, e até hoje são símbolos das religiões hindus e budistas, a suástica também representava o martelo de Thor o deus do trovão e força na crença pagã nórdica. Para Hitler, a suástica representava a missão da luta pela vitória do homem ariano.

Em 1933 Hitler torna-se fhurer (o líder), com os rituais da sua religião instaurada, iniciou-se a doutrinação na fé nazista tendo Hitler como deus começava cedo e tinha continuidade na vida adulta. E havia fidelidade a Hitler, era orgulho viver ou morrer por Hitler.

E na busca da recriação da raça ariana, instituiu-se o “Programa Nacional de Eutanásia de Crianças Deficientes”, onde crianças que nasciam com algum tipo de enfermidade eram mortas. As propagandas alegavam que a morte dessas crianças era um ato de caridade, que libertava almas aprisionadas em corpos atormentados.

Muitos acreditam que os nazistas invocavam espíritos estranhos e eram adeptos de milenares rituais ocultistas da Europa, documentos comprovam que suas crenças se baseavam em crenças pagãs de lutas entre a luz e as trevas.

A crença nazista também se apoiou na crença hindu da reencarnação e castas, historiadores afirmam que Hitler acreditava ser a reencarnação do rei Hendrich, um líder alemão da idade média que impediu a invasão islava.

A “SS” um órgão de repressão do governo nazista era tido por Hitler como soldados de uma “guerra santa”.

Os maçons também foram vitimas do regime nazista, pois, criam que era uma sociedade secreta criada por judeus para conspirar contra os alemães. 

As concentrações de massa eram cuidadosamente preparadas para serem emotivas e provocarem o êxtase religioso, e no centro desse ritual estava Hitler, que “encarnava” o Messias, uma divindade. 

E o domínio nazista foi aumentando, nações e mais nações foram derrotadas pelos arianos, até que ao experimentar a derrota, chefes da marinha alemã passaram a crer que os aliados estavam usando as forças místicas da guerra contra a Alemanha, e como defesa os alemães também deveriam usar de forças ocultas e isso levou a fundação de um instituto de pendulo, onde com objetos suspensos por uma corda sobre mapas tentavam indicar a posição das embarcações e submarinos dos inimigos, e com base nessas vidências eram dada as coordenadas para a marinha alemã.

Cercado pelas forças dos países aliados, Hitler acreditava que forças místicas poderiam salvá-lo da derrota que estava clara, mas não foi assim, tanto que Hitler e sua noiva cometeram suicídio.
Em novembro de 1945 vários nazistas do alto escalão foram julgados pelos países aliados em Nuremberg, e o ocultista Rosenberg, autor do livro “A religião do Sangue” foi enforcado em novembro de 1946.

O Terceiro Reich que deveria durar mais de 1000 anos durou apenas 12 anos, e fez 50 milhões de vitimas.

Todas as culturas sofreram influencias místicas, porém, na Alemanha nazista a ligação de políticos com o ocultismo levou a um mal sem paralelos na história.


Nota: Não há como pensar diferente: a crença faz bem, mas o mundo seria muito melhor sem qualquer tipo de religião (cultura religiosa). 

Enéias Teles Borges

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Um ateu praticante...

Do blogue DEUSILUSÃO

Eu sou ateu. Praticante.

O ateu não é, como muito estupidamente se pensa, aquela pessoa que ‘não acredita em nada’. Eu acredito, sim, em muitas coisas. Uma delas é que um mundo sem religião seria um lugar bem melhor para se viver. As pessoas poderiam muito bem inventar quantos deuses quisessem para adorar, pelos quais estragassem as suas vidas e desperdiçassem o  seu tempo. Isso seria problema delas, desde que mantivessem esses hábitos na sua privacidade. Entretanto, a religião é o que faz com que essas ilusões se tornem prejudiciais não só para quem nelas acredita, mas  para todos nós.

Você pode querer argumentar que a “sua” religião é uma religião “do bem”, “boazinha”, “não faz mal a ninguém”, isso querendo comparar com, digamos, a religião muçulmana. Mas como você, obviamente, não consegue entender, se a sua religião não é uma das três grandes monoteístas — cristã, judaica e islâmica –, nem a dos mórmons, nem a hindu, nem uma das outras menores,  se a “sua” não é uma dessas, é com absoluta certeza uma ramificação de uma delas, ou uma ramificação de uma ramificação, dentre as inúmeras outras que pipocam todo dia no “mercado”, e que você “a escolheu” porque ela serviu em você — como um sapato. Mas, assim como o sapato, a “sua” religião também foi fabricada para suprir uma necessidade sua e gerar renda para o seu fabricante. Você obviamente não tem interesse em enxergar a quantidade de gente que está enriquecendo com isso; mas outras pessoas enxergaram: daí o motivo de tantas “novas” igrejas. A indústria da fé.

Mas o seu argumento continua de pé: sua religião é do bem. Você pode querer dizer que a sua religião não quer dominar o mundo, matar infiéis, impor à força o seu Deus, governar o país, etc. Você pode dizer, por exemplo, que não pertence à fé cristã, que ceifou milhões — milhões — de vidas humanas ao longo da História pela fogueira, pela tortura, pela espada, pelas guerras e por aí afora. Mas o que você também não entende, e talvez mesmo não queira entender, é que ela só não fez isso tudo porque nunca teve o poder para isso. Nunca teve, ou não tem “ainda”.

Esse blog foi concebido não só para expressar algumas das minhas opiniões sobre Deus, religião, fé, ateísmo e tal. Eu pretendo convidar pessoas religiosas para lerem os meus textos e darem suas opiniões. Não farei isso na intenção de que se tornem ateias, de que aceitem a minha visão do mundo, mas, sim, com o tentador convite para que me convençam de suas crenças e derrubem as minhas, e que possam, com isso (quem sabe?), “salvar a minha alma”.

Um outro motivo para a criação do blog é a minha própria proteção. É mais seguro defender minhas opiniões daqui. Um ateu dificilmente conservaria todos os dentes na boca caso se atrevesse a usar o mesmo expediente de pregar em praça pública as suas convicções, tal como o crente faz. Não é nada fácil imaginar que um grupo de ateus seria capaz de se reunir e agredir um pregador que estivesse divulgando as suas crenças num local público. Entretanto, seria exatamente isso o que se poderia esperar dos religiosos se fosse um ateu o orador. Por isso eu prefiro a relativa segurança da web à insegurança do púlpito. Eu considero as pessoas religiosas tão inofensivas quanto um bêbado dirigindo uma escavadeira. Ou segurando um revólver. Um ateu covarde, vivo e “praticante” é infinitamente mais útil do que um ateu valente e morto. Nós, ateus, não precisamos de mártires.

Eu “criei” esse blog em 3 passos. Levou apenas 6 minutos. No 7º eu descansei.

Autor: Valmidênio Barros do Blogue DEUSILUSÃO.

Nota: Um dos melhores blogues da internet brasileira. Impossível ler os textos e deixar de imaginar uma mente inteligente por trás.

Enéias Teles Borges

sábado, 6 de agosto de 2011

Transmitindo a esperança...

Um líder de igreja local resolveu visitar seu superior para lhe pedir conselhos. Seu comandante era um homem escolado, idoso e com muita experiência no trato dos fiéis. Lá chegando abriu o coração.

- Está muito difícil cuidar da igreja. Sou procurado todos os dias para dar conselhos, efetuar casamentos, funerais e muitas outras atividades afins. Tenho consolado as pessoas, mas preciso ser franco: não consigo acreditar mais naquilo que doutrino.

O ancião olhou para aquele jovem líder de igreja local e lhe disse:

- Quanto eu tinha a sua idade tive que enfrentar as mesmas situações e depois, como você está fazendo agora, aconselhei-me com um ancião. Vou lhe transmitir o mesmo que ele me ensinou e aquilo que faço até hoje.

- Ele me ensinou (prosseguiu o ancião) que nós temos uma missão especial, pois somos mais fortes que a maioria das pessoas. Ensinou-me que os fiéis, assim como nós, vivem num mundo cão. Vivem e sofrem, tendo como consolo a esperança da fé que professam. Percorrem o vale da sombra da morte cultivando uma convicção que nós transmitimos: a de que depois desta vida miserável haverá uma vida melhor.

- Imagine se nós (disse mais o ancião), que não cremos no que pregamos, começássemos a mostrar para eles a realidade da vida e da morte. Imagine se mostrássemos que depois desta vida horrível e curta não existe mais nada além do nada eterno...

- Siga o meu conselho (concluiu o ancião), o mesmo que recebi com a sua idade. Continue transmitindo a esperança. Mesmo sabendo que ela está escudada em ficção, continue até que você fique velho como eu. Transmita um pouco de alegria aos membros da sua igreja. Eles não possuem nada além da fé! Imagine se também deixassem de possuir a esperança...

Foi assim que aquele jovem pastor de igreja local, seguiu cumprindo a sua missão. A de oferecer fantasia, para combater a dura realidade da vida e da morte.

Por que tirar a esperança de um povo, quando não se tem nada melhor para colocar no lugar? No mundo religioso a ignorância quanto à verdade da vida e da morte é importante fator de esperança. A esperança não precisa coadunar com a verdade...

 
Enéias Teles Borges

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sou contra o proselitismo religioso

Hoje à noite, por volta das 19 horas, o telefone tocou. Era uma pessoa (homem) se oferecendo para ler um texto bíblico. Depois que desliguei o fone, o outro telefone aqui de casa tocou, era uma mulher se oferecendo para a mesma coisa.

Eu agradeci pela cordialidade, mas não abri espaço para saber de qual igreja eram. Sei que estavam ligando para as casas da região. A intenção é boa, mas não me interessa saber qual o conglomerado da fé está fazendo isso. Caso a turma se identifique, a Bíblia passará para o segundo plano, cedendo o lugar para o “asqueroso” proselitismo. É do proselitismo que vem a ideia horrível da “verdade única” e que pertence à denominação que prega qualquer verdade (que diz ser o remanescente de Deus aqui na Terra).

Além do bom pretexto para se ler a Bíblia para as pessoas, certamente haverá uma estatística apontando quantas ligações foram feitas e o resultado disso. Certamente o objetivo é levar “almas ao pé da cruz”, mas via qual igreja?

Seria muito bom se esse tipo de atividade missionária e social fosse desenvolvido de tal maneira que não houvesse necessidade de dizer qual o centro de fé está efetuando a missão.

Nada contra a leitura da Bíblia para ouvintes, via telefone. Tudo contra o proselitismo.

Enéias Teles Borges

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Decifrando a crença religiosa

1. Introdução

Sempre tive a curiosidade de entender por que se acredita na existência de deus. Quero dizer, eu sei que deus não existe, mas sei também que se acredita nele. E, se se acredita, deve haver algum motivo para isso — algum motivo humano.

Porém, como os próprios indivíduos que creem nesse tipo de “entidade” parecem ignorar esse tipo de detalhe, e como os ateus em geral contentam-se com refutações conceituais da existência divina, nunca foi fácil distinguir o melhor caminho a ser tomado para investigar esse tipo de questão.

Seria fácil demonstrar que crenças religiosas estão equivocadas quanto ao mundo exterior. Porém, a ideia nunca foi simplesmente rotulá-las como “equivocadas” e encerrar a discussão. Queria também entendê-las quanto àquilo em que estão certas — isto é, quanto ao nosso mundo interior. Noutras palavras, por que a crença religiosa funciona, se sabemos que é falsa?

2. A raiz emocional da crença

Depois de alguns anos refletindo sobre o assunto, cheguei a um modelo que parece razoável para explicar esse fenômeno.

A premissa é que a crença religiosa baseia-se em sentimentos, sendo a racionalização de tais sentimentos na forma de “explicações” aquilo que constitui a esfera “conceitual” da crença religiosa.

Sabemos que, nesse nível conceitual — no sentido de ser uma “explicação” para o mundo —, a religião está em geral equivocada, havendo abundantes evidências disso no meio científico. Porém, o que nos interessa aqui é entender a esfera “humana” da crença religiosa, não o mero reflexo linguístico disso, as racionalizações desse sentimento.

O problema é que, para tornar um sentimento comunicável, precisamos racionalizá-lo, transformá-lo em conceitos — e tais conceitos, baseando-se em sentimentos pessoais que antecedem a linguagem, serão algo incompreensível aos que não tiverem vivido esses mesmos sentimentos pessoalmente.

Serão algo, por assim dizer, “criptografado”. No caso, a única chave para entender tais conceitos seria ter vivido as experiências nas quais se baseiam.

A crença religiosa nasceria, então, como um sentimento pessoal. Esse sentimento seria depois racionalizado em alguma “teoria”, tornando-se comunicável. Porém, nesse processo de tradução “sentimento/linguagem”, só os que tivessem experimentado esses mesmos sentimentos conseguiriam entender o “verdadeiro sentido” do que quisemos dizer. Os demais permaneceriam “incrédulos” ou “cegos” à nossa verdade, pois não a “viveram” (parece ser esse o mecanismo psicológico de uma “verdade revelada”).

Nessa ótica, a raiz da religiosidade não estaria naquilo em que se acredita, isto é, nas explicações particulares que aprendemos a dar para nossos sentimentos. Isso diferiria de indivíduo para indivíduo.

Pelo contrário, a religiosidade estaria nesses próprios sentimentos, tomados em si mesmos. Porém, em si mesmos, tais sentimentos são incomunicáveis.

O importante está em notarmos que, por detrás da “casca linguística” de nossas crenças, que seria “superficial”, haveria esse nível mais “profundo” de nossas vidas, que é essencialmente emocional — e seria esse elemento emocional que nos inspiraria à criação de “explicações” que, por sua vez, justificariam essas mesmas emoções racionalmente, num movimento circular de autovalidação (vemos aqui uma clara hierarquia entre razão e emoção, estando a emoção decisivamente no controle, porém de uma forma dissimulada).

Então, para entendermos a crença religiosa, seria preciso entendermos essa raiz emocional da qual nasce. Porém, como essa raiz emocional existe num nível pré-linguístico de nossas vidas mentais, parece impossível penetrar na questão religiosa diretamente, por meio da racionalidade, sem nunca ter vivido experiências religiosas. Seria como tentar “entender” o que é “verde” sem nunca ter visto cores.

Até aqui, tudo o que fizemos foi delinear como a crença religiosa parece nascer de um sentimento, o qual seria então racionalizado em alguma “explicação” — lembrando que tais explicações, à luz da ciência, quase invariavelmente se mostram equivocadas. Naturalmente, não haveria problema algum se a questão da religiosidade permanecesse restrita ao âmbito de nossa interioridade, como uma espécie de “sabedoria de vida”. Porém, quando passamos a buscar em nossas vidas interiores respostas para o mundo exterior, caímos no erro típico das explicações religiosas: o indivíduo projeta seus sentimentos pessoais como explicações para a realidade exterior — tentando explicar o mundo a partir de como se sente a seu respeito. Porém, como a física não está submetida aos nossos sistemas límbicos, o resultado disso é sempre uma interpretação falsa da realidade, centrada na perspectiva humana, e que não pode ser demonstrada de forma objetiva, pois só existe em nosso modo pessoal de sentir a realidade.

3. Amigos reais e imaginários


Essa parece ser a mecânica essencial da crença humana, não apenas a religiosa. Convicções de base emocional parecem sempre basear-se nesse mesmo mecanismo de “racionalização” de sentimentos. Agora, para conseguirmos penetrar um pouco na questão religiosa sem ter acesso à chave original — a experiência mística —, podemos tentar outro caminho, o da empatia.

Pensemos o seguinte: se tivéssemos de explicar a crença religiosa em termos de sentimentos que conhecemos bem, que sentimentos seriam esses? Por exemplo, se entendêssemos a crença religiosa como gerada pelos mesmos mecanismos mentais, digamos, da amizade ou do amor, não seria essa uma perspectiva muito mais familiar, e muito mais inteligível, a partir da qual interpretar a questão?

Então, para começar a “entrar” no pensamento religioso a partir desse solo compartilhado, imaginemos a seguinte situação: um indivíduo xis está defendendo que deus existe porque, com ele, sua vida tem “sentido”.

Claro que, do ponto de vista formal, esse argumento não diz muita coisa. Porém, deixemos de lado a questão de o indivíduo estar certo ou não, e tentemos apenas entender o que ele está dizendo: sua alegação é que, com a crença em deus, sua vida se torna mais agradável.

Se pensarmos dessa maneira, ficará claro que o que justifica a crença religiosa, nesse nível afetivo, não é sua veracidade, mas o prazer que ela nos proporciona. Agora pensemos: esse tipo de prazer proporcionado pela crença religiosa pode ser equiparado a qualquer outro que sintamos em nosso dia a dia? Parece que sim.

Para ilustrar, imaginemos que estivéssemos nos sentindo sozinhos na vida, abandonados a nós mesmos numa existência solitária e sem sentido. Sentimo-nos vazios, atravessados pela sensação de irrealidade de nossos sonhos.

Agora suponha-se que, determinado dia, encontrássemos uma pessoa, ou um grupo de pessoas, com que compartilhar nossas vidas — pessoas que dessem atenção ao que fazemos, que nos motivassem, nos ajudassem a alcançar nossos objetivos, e assim por diante. Poderíamos dizer que, nessa situação, a convivência “deu sentido” às nossas vidas.

Muito bem, agora nos perguntemos: em que o “sentido” encontrado a partir de outro ser humano diferiria do sentido encontrado a partir da crença em deus? Ao que parece, em nada. Talvez pareça existir alguma diferença em nível conceitual — talvez se racionalizarmos que o “sentido divino” seria “mais perfeito” que o humano —, mas não parece haver qualquer diferença em como nos sentimos. O resultado prático, o bem-estar, é o mesmo.

Claro que a religião lida com toda uma série de sentimentos distintos. Porém, parecem ser todos sentimentos cotidianos, que experimentamos no dia a dia. Nesse caso particular, como deus nos afasta da “solidão” ou do “vazio”, note-se que ele estaria funcionando como uma espécie de amigo imaginário, e não fazemos tal afirmação simplesmente como um “insulto”, mas como uma descrição bastante exata do que parece estar ocorrendo, isto é, do papel que a crença nessa entidade estaria executando em nossas vidas em termos de satisfação pessoal.

Deus, nessa ótica, seria uma espécie de “amigo de segurança”, protegendo-nos da sensação de que nossas vidas poderiam a qualquer momento despencar no vazio. Naturalmente, esse é um papel que poderia, a princípio, ser executado por qualquer pessoa. Porém, quando não temos ninguém ao nosso lado, o que nos resta é deus. Assim, nessa lógica, indivíduos acreditariam em deus pelo mesmo motivo que têm amigos — porque vivem melhor assim.

4. Racionalizando o desconhecido

Antes de encerrar a discussão, resta analisarmos um último ponto: a independência entre o que pensamos e o que sentimos. Para exemplificar essa ideia, consideremos que, aos olhos do indivíduo religioso, o prazer decorrente da “amizade divina” será em geral entendido como uma “prova” da existência de deus. Porém, eis o detalhe interessante: se refutássemos essa sua explicação — e todas as demais que pudesse oferecer —, ele deixaria de crer em deus? Dificilmente, pois continuaria sentindo que deus existe — sendo essa a verdadeira base de sua crença. Então, mesmo que o indivíduo tenha agora encontrado uma “razão” para crer em deus, não foi essa razão que, originalmente, o levou a crer.

Por isso refutá-la também não o levará a descrer. Para que parasse de crer, precisaríamos fazer com que o indivíduo parasse de sentir que deus existe — e parece difícil imaginar como isso poderia ser feito.

Perceba-se que, no exemplo acima, as “explicações” do indivíduo religioso seriam apenas uma tentativa, mais ou menos desesperada, de justificar aquilo que sente, sendo óbvio que a motivação por detrás de seu comportamento não é entender o mundo, mas proteger seu objeto de afeto — a agradável sensação de “sentir-se acompanhado” que deus lhe proporciona. Então, como suas “explicações” são simplesmente um meio, resulta que não faz realmente diferença se o indivíduo acredita que seu bem-estar decorre de um “milagre divino”, de uma “iluminação espiritual”, ou de qualquer outra fantasia do gênero. Sua explicação é tão somente um palavrório vazio para uma realidade que ele ignora sobre si mesmo.

As explicações racionais que damos para nossos sentimentos seriam, nessa ótica, simplesmente um véu de linguagem lançado sobre uma base irracional, sobre a qual não temos controle, e que em geral não entendemos — indicando por que temos a tendência de “explicar” tais sentimentos de maneira simbólica, por meio de racionalizações, em vez de explicá-los literalmente, por meio de descrições.
Nesse esquema, como já deve ter ficado claro, o conceito de deus seria apenas um simbolismo para algo que o indivíduo sente. Ao falar da existência de deus, o sujeito pensa estar falando de um ente exterior, mas, sem perceber, está descrevendo sua própria vida interior — a despeito de a alegoria usada para “dar forma” a esse sentimento ter acidentalmente tomado a forma de uma explicação para o mundo.

Dentro disso, um detalhe interessante é que, apesar de não entendermos realmente a natureza e a significância da crença em deus, nós agimos como se entendêssemos. Nós em geral também não entendemos por que queremos ter amigos — mas mesmo assim queremos tê-los. Nessa situação, se nos perguntarem o porquê disso, as chances são que inventaremos uma explicação qualquer para justificar aquilo que sentimos — sendo óbvio que, se alguém refutasse tais razões, nós nem por isso deixaríamos de ter amigos. Similarmente, no caso da crença religiosa, sabemos no que acreditar, mas não sabemos o porquê disso. Nessa situação, nós inventamos uma explicação que supostamente justificaria nossos sentimentos, e passamos a gostar dessa explicação, não porque ela faz sentido, não porque ela é verdadeira, mas porque ela reflete aquilo de sentimos. Porém, o tempo todo, ao proceder dessa maneira, confabulando explicações racionais para nossa vida interior, parece que estamos apenas tentando dar forma, através da linguagem, ao mundo que existe dentro de nós mesmos — não tentando entender o mundo que nos cerca.

A lição a ser tirada disso tudo parece ser que, em grande parte, nós não entendemos nossas próprias vidas. Daí ser possível esse tipo de equívoco tão básico sobre nós mesmos, e sobre a natureza da realidade.

5. Conclusão


Mesmo que só em linhas gerais, a exposição acima já nos dá alguma direção para começarmos a “decodificar” a religião em termos naturais. Apesar de o conteúdo conceitual da crença religiosa ser facilmente refutável, vimos que não parece ser essa a sua essência. Parece haver algo essencialmente humano no que faz a religião funcionar, e esse algo não parece depender das explicações particulares em que se acredita. Dito de outro modo, apesar de tomar frequentemente essa roupagem, a religião não seria uma explicação para o mundo, mas uma explicação de nós mesmos. Então, se quisermos entender por que a religião é falsa, bastará olharmos o mundo ao nosso redor. Porém, se quisermos entender por que é verdadeira, teremos de olhar para dentro de nós mesmos.

Autor: André Cancian
Fonte: (ateus net)

Enéias Teles Borges - Editor do Blogue

domingo, 5 de junho de 2011

Religião faz o cérebro encolher

O CIÊNCIA MALUCA adora uma boa banalidade – e não vê problema algum nisso. Mas o papo hoje é um pouquinho mais sério.

Tem um milhão de estudos por aí que apontam uma série de benefícios da religião para o cérebro. Mas, na ciência (ainda mais quando a gente inclui o “maluca” no meio), pouca coisa é unanimidade. Pesquisadores da Universidade de Duke, nos EUA, observaram os cérebros de 268 homens e mulheres com mais de 58 anos e notaram que o hipocampo – região envolvida, principalmente, na formação de memórias – era significativamente menor naqueles que se identificavam com grupos religiosos específicos ou que tinham passado por experiências religiosas de mudança de vida – aquela coisa de estar quase morrendo e “nascer” de novo, por exemplo.

Por quê? 

Hum, ninguém tem certeza ainda. Mas a principal hipótese do estudo é que certos aspectos da religião causem, em algumas pessoas, um estado constante de estresse.

Um indivíduo que faz parte de uma minoria religiosa e sofre preconceito por isso vive num estado de nervos mais delicado. Também pode acontecer com o sujeito que vive com o medo de ser punido por Deus por isso ou aquilo, ou então com o que tem ideias conflitantes com certos dogmas da religião. Ao longo do tempo, a liberação constante dos hormônios do estresse diminuiria o volume do hipocampo.

Tenso, né?


Nota: Quero vera agora. Será que os partidários da Fé Cega, Faca Amolada (FCFA) dirão alguma coisa?

Enéias Teles Borges

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Deus capacita os escolhidos?

A frase é bonita e causa impacto: "Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos". Já a ouvi inúmeras vezes e em todas eu me perguntei: faz sentido? Acredito que não. É óbvio que para um agnóstico teísta (meu caso) o resultado de qualquer conclusão será irrelevante. Quero me postar, agora, como um membro fiel de uma entidade difusora de cultura religiosa. Nessa postura é que afirmo: a frase em testilha não faz sentido. Fica a impressão que a escolha divina é dirigida exclusivamente aos incapacitados. Quer dizer então que existem pessoas capacitadas e que por essa razão jamais serão escolhidas? O que é capacitação? Para pregar, para dar bom exemplo, para ser eticamente correto? A frase foi feita para causar impacto, nada mais que isso. Ela é inteiramente despida de coerência.

Uma análise sincera da frase acima leva uma pessoa justa pensar mais ou menos da seguinte maneira: a frase correta deveria ser: "Deus escolhe capacitados e incapacitados, aperfeiçoa os capacitados, capacita e aperfeiçoa os incapacitados"...

Esquecendo que o ora digitador é agnóstico, não faz mais sentido a frase "adaptada"?

Enéias Teles Borges

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Pesquisa comprova que fé em Deus é inerente ao ser humano

Uma pesquisa conduzida por dois acadêmicos da Universidade de Oxford, Inglaterra, intitulada “Projeto de Cognição, Religião e Teologia” teve o custo recorde de 1,9 milhão de libras esterlinas. Sua conclusão final é que o pensamento humano está “enraizado” em conceitos religiosos. 

O projeto envolveu ao todo 57 eruditos, oriundos de 20 países, que lecionam disciplinas como Antropologia, Psicologia e Filosofia. A investigação se propunha a descobrir se a crença em divindades e na vida depois da morte são conceitos aprendidos ao longo da vida ou são inerentes ao ser humano.

Segundo o professor Roger Trigg, um dos diretores do projeto, nossa tendência natural é “ver um propósito neste mundo… nós procuramos um sentido. Pensamos que existe algo mais, mesmo que não consigamos vê-lo… Tudo isso tende a gerar em nós uma forma religiosa de pensar”. Para ele, a pesquisa mostrou que religião “não é apenas algo que algumas poucas pessoas fazem no domingo em vez de ir jogar golfe… Reunimos várias evidências que sugerem que a religião é um aspecto comum da natureza humana, presente em diferentes sociedades. Isto sugere que as tentativas de suprimir a religião tendem a ter vida curta, uma vez que o pensamento humano parece estar enraizado em conceitos religiosos, como a existência de deuses ou agentes sobrenaturais, a possibilidade de vida após a morte, e de algo anterior a essa”.

O doutor Trigg destaca ainda que, curiosamente, as pessoas que vivem nas cidades de países mais desenvolvidos, são menos propensas a serem religiosas do que as que vivem no campo ou em áreas economicamente menos desenvolvidas.

Realizado em Oxford, um dos estudos conduzidos pela equipe concluiu que crianças com menos de cinco anos de idade são mais propensas a crer em situações “sobrenaturais”, do que a entender as limitações dos seres humanos. Nesse experimento, perguntava-se às crianças se as mães delas sabiam que objeto estava guardado em uma caixa fechada. Crianças de três anos de idade acreditavam que suas mães e Deus sempre sabiam qual era o conteúdo, mas a partir dos quatro as crianças começavam a entender que suas mães não eram oniscientes.

Outro estudo feito na China mostrou que pessoas de diferentes culturas creem instintivamente que alguma parte de sua mente, alma ou espírito sobrevive de alguma forma após a morte.
O diretor do projeto, Dr. Justin Barret, do Centro de Antropologia e Mente da Universidade de Oxford, afirma que a fé é um fenômeno que subsiste nas diversas culturas do mundo porque as pessoas que compartilham os laços da religião “são mais propensas a cooperar com a sociedade”.

Ele faz questão de enfatizar que “o projeto não se dispôs a provar que Deus ou deuses existem”. O doutor Trigg entende ainda que “tanto ateus quanto as pessoas religiosas podem utilizar o estudo para defender seu ponto de vista”. “Richard Dawkins aceitaria nossas conclusões e diria que temos de evoluir para sair disso. Mas as pessoas de fé podem argumentar que a universalidade do sentimento religioso serve ao propósito de Deus. Se existe um Deus, então ele teria nos dado inclinações para procurá-lo”, conclui.

Os eruditos de Oxford acreditam fortemente que a religião não vai se enfraquecer,  como muitos especulam.


Nota: É claro que a cultura religiosa, religiosidade e similares não se enfraquecerão. Alguma dúvida? O que se questiona de fato é: como ficarão esses conglomerados que pensam que somente eles possuem a verdade? O ser humano sempre acreditará em algo sobrenatural. É a fé em qualquer tipo de deus...

Enéias Teles Borges